No dia 19 de abril, no âmbito do ciclo de Concertos ESML | Antena 2 | PortugalSOM, será apresentado o seu 4.º concerto, com a Orquestra Sinfónica da ESML, onde serão interpretadas obras de C. Debussy, F. Lpes-Graça e F. Liszt
PROGRAMA
Debussy, Claude (1862-1918)
Prélude d'apré-midi d'un faune
Lopes-Graça, Fernando (1906-1994)
Concerto n.º 2 para piano
Piano | José Pedro Ribeiro
Liszt, Franz (1818-1886)
Les Préludes
Direcção | José Eduardo Gomes
Auditório Vianna da Motta | Entrada livre sujeita à lotação da sala
Acesso: Entrada SUL Campus de Benfica do IPL (estação de Benfica)
Notas de Programa
Prelude à l'après-midi d'un Faune
Trata-se de um Poema Sinfónico escrito por Debussy, em 1865. Baseado no poema homónimo de Mallarmé, a obra ilustra, em ambiente sensual, um fauno que toca a sua flauta nos bosques e fica muito entusiasmado com a passagem de ninfas e náiades. Depois de, em vão, as tentar alcançar - já muito fraco e desgastado -, cai num sono profundo. Nesse sonho, contudo, alcança todos os objetivos que ainda há pouco lhe haviam sido frustrados.
Concerto n.º 2 para Piano e Orquestra
Datado de 1942, uma peça que faz parte do espólio de partituras de trabalho da PortugalSom, que se encontra depositado na biblioteca da ESML. Por ocasião da composição deste concerto, Lopes-Graça, que sempre foi profundamente contra o regime do Estado Novo, viu as orquestras nacionais proibidas de interpretar as suas obras, teve os seus direitos de autor roubados e o diploma de professor de ensino particular, anulado. Apesar da brutalidade da realidade privada, Lopes-Graça, com a sua música, dá-nos força, alento e esperança. Dividindo a obra em três andamentos, o compositor leva-nos da escuridão à luz, um pouco à maneira da Quinta Sinfonia de Ludwig Van Beethoven ou da Divina Comédia de Dante Alighieri.
Les Préludes de Franz Liszt
Escrito durante o período em que viveu em Weimar, esta obra foi estreada, pelo compositor, a 23 de Fevereiro de 1854. Misteriosa, vigorosa e jubilante. Serão estas, seguramente, algumas das observações proferidas pelo nosso caro público, após a audição de tão gratas páginas.
José Pedro Ribeiro (n.1995)
É um dos pianistas portugueses mais ativos da sua geração. Dos mais destacados compromissos para esta temporada, salientam-se os concertos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa (Concerto para Piano de A. Schoenberg – Pedro Neves), Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (2o Concerto de Bomtempo - J. M. Rodilla), Orquestra Sinfónica da ESML (2o Concerto de Lopes-Graça - José Eduardo Gomes), recital com o Clarinete solo da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Joaquim Ribeiro, em transmissão direta para a Antena 2 e Recital a solo na Embaixada de Portugal junto da Santa Sé, por ocasião do 10 de Junho.
No que diz respeito às temporadas passadas, é de salientar um concerto difundido pela Antena 2, a partir do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, interpretando o Concerto para Piano e Instrumentos de Sopro de Igor Stravinsky, com o Maestro Alberto Roque na Direção do Ensemble de Sopros da AFCL; uma tournée pela República Checa onde tocou em Brno, Blansko e Praga, tendo sido calorosamente recebido; e uma performance do Triplo Concerto de Beethoven com o Trio Adamastor (Francisco Henriques no Violino e Pedro Massarrão no Violoncelo) e a Sinfonietta de Lisboa, sob a batuta de Vasco Azevedo, para uma audiência de mais de 50.000 pessoas. Para além do número excecional de espectadores, também a crítica recebeu calorosamente a interpretação, evidenciando a “Qualidade” e dizendo que “satisfizeram todas as espectativas”.
A sua gravação da 3ª Sonata de Fernando Lopes-Graça (em recital ao vivo para a Antena 2) tem sido muitíssimo aclamada em Portugal, no estrangeiro e por muitos artistas respeitados, tais como Friedrich Edelmann, antigo fagotista principal da Orquestra Filarmónica de Munique “Belíssimo pianismo com um enorme âmbito dinâmico (..) nunca agressivo” e o solista internacional Sir Stephen Hough: “Performance formidável!”. Depois de ter sido laureado no Prémio Jovens Músicos em Piano (2019) e em Música de Câmara (2017 - Trio Adamastor), José Ribeiro tem-se apresentado nas mais importantes salas e festivais do país. De referir, entre outros: Fundação Calouste Gulbenkian, Casa da Música, Assembleia da República, Academia das Ciências de Lisboa, Museu do Oriente, Centro Cultural de Cascais, o Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, Festival Música Viva e o Festival do Estoril.
Natural de Vizela, estudou na sua cidade natal com José Manuel Ramos Ferreira, Filipe Pinto e Rogério Rodrigues. Mais tarde, de 2012 a 2015, estudou em Guimarães com Ingrid Sotolářová. Posteriormente, e até 2019, José Pedro Ribeiro, foi aluno da Escola Superior de Música de Lisboa na classe do pianista Miguel Henriques, um discípulo de Gleb Axelrod, do Conservatório de Moscovo. Presentemente, é aconselhado por Artur Pizarro, herdeiro de uma linhagem musical verdadeiramente excecional que ascende a Liszt e Bülow.
José Eduardo Gomes
Foi recentemente laureado com o 1.º prémio no European Union Conducting Competition, tendo ganho igualmente o Prémio Beethoven no mesmo concurso. É Professor na Escola Superior de Música de Lisboa, onde trabalha com as várias orquestras. Foi maestro titular da Orquestra Clássica do Centro, maestro associado da Orquestra Clássica do Sul, maestro titular da Orquestra Clássica da FEUP, professor na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo(ESMAE), maestro titular do Coro do Círculo Portuense de Ópera e maestro principal da Orquestra de Câmara de Carouge (Suíça).
Iniciou os estudos de clarinete em V. N. Famalicão, sua cidade natal, na Banda de Música de Famalicão. Prosseguiu-os na ARTAVE e na ESMAE, onde se formou na classe de António Saiote, tendo recebido o Prémio Fundação Eng.º António de Almeida. Mais tarde, frequentou a Haute École de Musique de Genève (Suíça), estudando direcção de orquestra com Laurent Gay e direcção coral com Celso Antunes.
José Eduardo Gomes é membro fundador do Quarteto Vintage e do Serenade Ensemble. Foi laureado em diversos concursos, destacando-se o Prémio Jovens Músicos
(categorias de clarinete e música de câmara) e o Concurso Internacional de Clarinete de Montroy (Valência). É igualmente laureado do Prémio Jovens Músicos, na categoria de direcção de orquestra, onde recebeu também o prémio da orquestra. Nos últimos anos, tem sido convidado para trabalhar com as principais orquestras portuguesas, actuando nos mais destacados festivais de música portugueses com solistas como Maria João Pires, Diemut Poppen, Sebastian Klinger, Bruno Giuranna, Artur Pizarro, Natalia Pegarkova, Adriana Ferreira, entre outros. Na temporada 2022/23, teve concertos em Portugal, França, Bulgária e Hungria. Participou em produções de óperas como Don Giovanni e Così fan tutte (Mozart), Lo Speziale (Haydn), e La Donna di Genio Volubile (Marcos de Portugal), e Os Noivos de Francisco de Noronha. Recentemente foi director musical da nova produção da Companhia Nacional de Bailado, Alice no País das Maravilhas, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Foi igualmente Diretor Musical da ópera “Blimunda”, de A. Corghi com libreto de José Saramago, numa nova produção do Teatro Nacional de São Carlos. Outra parte importante do seu trabalho é dedicada a orquestras de jovens, um pouco por todo o país. É director artístico da JOF — Jovem Orquestra de Famalicão.
Em 2018 foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pela Cidade de V. N. Famalicão.