PROGRAMA
2ª Feira, 27 de Maio
NoiseFloor | 10h - 18h
(Programa completo de 27-29 Maio aqui)
https://noisefloor.org.uk/wp-content/uploads/2024/05/noisefloor-programme-2024.pdf"
10h | Registo
11h-12h, Sala 0.100 (Cesem-IPL) | Paper Session A1
Michael Trommer: Spectral Sound Systems: Mapping the Mnemonic Soundscape
Bihe Wen: Reimagining Tradition: Composing 'Immemorial/Flux' for Prepared Guzheng
Luca Danieli: Analysis of events perception and noisy components in four electroacoustic music works
Moderador / Chair: Marc Estibeiro
13h-14h, Sala 2.21 | Paper Session A2
Berk Yagli: Zen of Aggression: Composing the Transformational Hybrid
Sara Pinheiro: Noise Pollution and Sound Beyond SoundModerador: John Young
Moderador / Chair: John Young
14h30, Pequeno Auditório | Paper Session A3
Bonjour Claude, Amy Jolly & Ellen Sargen, On: Being Watched
Norah Lorway, Edward Powley, Arthur Wilson: ChatGPT as a Coding Assistant for Algorithmic Composition in Scorch
Vincent Meelberg: The Playfulness of Performing with Sequences
Moderadora / Chair: Lauren Redhead
16h30, Pequeno Auditório | AV Concert 1
Geraldine Timlin and Pedro Rebelo, Silent Spring [ca. 7']
Philippe Pasquier, Autolume Mzton [ca. 6']
Jérémie Martineau, Distractions, Horizons [ca. 5']
Alessio Rossato, ISTANTE VERTICALE [ca. 13']
Marc Estibeiro and Dave Payling, Circle Traces [ca. 8']
Vera Ivanova, Melancholy [ca. 6']
18h, Sala 2.21 | Paper Session A4
Joe Bates: The Affordances And Aesthetics Of Restriction In Digital Intonation
Hubert Howe: Overtone Music
Moderadora / Chair: Rita Torres
Concerto Final | 20h, Grande Auditório
Dai Fujikura, HOP
Trio ARO
Diogo Cocharra, clarinete
Adriana Gonçalves, violoncelo
Miguel Perdigão, piano
"Sempre achei um desafio escrever trios para piano.
Escrevi vários no passado, durante os meus tempos de estudante. Um deles até recebeu algum tipo de prémio, penso eu. Mas não fiquei satisfeito com nenhum deles.
Por isso, uma manhã, provavelmente depois de um mau café, retirei todos eles. Todos os meus trios de piano foram escondidos algures, para não serem encontrados.
De vez em quando alguém “detecta” a existência destes trios e perguntam-me se a obra pode ser executada.
Muitas vezes minto, dizendo que a obra não existe, ou pior ainda, “não é minha”.
Portanto, esta nova peça, Hop, é de facto a minha vingança pessoal.
Vingança do meu antigo eu e dos meus antigos trios de piano.
Dito isto, o processo de composição de Hop foi muito alegre.
Surpreendente.
Talvez envelhecer seja uma coisa boa. Pelo menos sinto que posso compor um trio de piano com alegria.
Musicalmente falando (acho que devo falar sobre isso, uma vez que é suposto ser uma nota de programa), queria fazer uma reflexão com as ideias do violoncelo e do clarinete contra as do piano. Portanto, começa assim.
Depois de reescrever várias vezes a secção de abertura, de consultar a minha mulher, que é uma ex-violoncelista, e de a mostrar também ao violoncelista do Trio Catch (que está a fazer a sua estreia mundial), a parte do violoncelo tornou-se bastante complicada.
Voltemos à ideia do reflexo. É como uma bola que salta, mas uma daquelas bolas que não salta como se espera. Uma bola rebelde. Quando uma super-bola bate acidentalmente numa superfície não uniforme, salta numa direção inesperada. É assim.
Tenho a certeza de que se lembram de um tempo em que eram crianças e passavam o dia a atirar bolas, algo assim é universal, como a música, talvez.
Então temos a abertura.
Não sou grande fã da partilha de material musical entre instrumentos de “sustentação” e o piano, o que acontece muito na música clássica.
No entanto, o som dos três instrumentos quando são tocados rapidamente, mesmo com piano, combinam bem sonoramente. Pelo menos para o meu ouvido.
Algumas texturas criadas pelos três instrumentos são cintilantes. É como ver a superfície da água suave num belo lago na Suíça, com o sol a refletir-se nela, criando um brilho cintilante mas calmo.
Isso evolui para uma secção mais lírica. Um fragmento do cintilar cresce subitamente em frases. Imagino-o como uma imagem rápida de como os ramos das árvores crescem.
Gosto das características do piano. Quando se tocam as teclas de um piano, o som degrada-se naturalmente. Esta degradação do som do piano é automática. Não há nada que se possa fazer, é o diminuendo mais natural.
Dentro desse labirinto do diminuendo natural, o clarinete e o violoncelo entram e saem, fazendo cócegas nos nossos sentidos. Ou pelo menos é o que eu espero."
Dai Fujikura (editado por Alison Phillips)
Stefano Catena (Noise Floor), Travelling Without Moving (acusmática)
"Travelling Without Moving" is a journey in acousmatic composed spaces and environments, from granular rainy textures to sonic trajectories circling around the listener. The concepts of "journey" and "motion" are investigated musically: the experience "moves" between soundscapes, leading to always-changing sonic worlds, both from the spectral and spatial perspectives. The piece was composed during a residency at the Royal College of Music in Stockholm, and most of the atmospheres are inspired by the acoustic experiences I had during my stay in the city. More importantly, the spatial component of the music is paramount, as the piece was composed for the 29.4 partial dome system hosted in Lilla Salen.
“Travelling Without Moving” é uma jornada por espaços e ambiências acusmáticas, de texturas granulares a trajectórias sonoras em torno do ouvinte. Os conceitos de “jornada” e “movimento” são investigados musicalmente: a experiências “move-se” entre paisagens sonoras, levando a mundos de som em mudança constante, tanto da perspectiva espectral como da espacial. Esta peça foi composta durante um estágio no Royal College of Music em Estocolmo, e a maior parte das atmosferas foram inspiradas pelas experiências acústicas que eu tive durante a minha estadia. Mas principalmente, o componente espacial da música tem primazia, já que a peça foi composta para o sistema parcial de domo 29.4 que equipa o Lilla Salen (“Pequeno Salão”, auditório).
António Sousa Dias, Mise en page #2 (quinteto e electrónica)
Laboratório de Música Mista
Luís Vieira, maestro
Mattia Giusteto, eletrónica
Bruna Pinto, Flauta
Henrique Fialho, clarinete
Ana Sofia Faria, violino
Maria Francisca Marques, violoncelo
Antonio Narciso, piano
John Young (Noise Floor), Arioso (acusmática)
The composition of Arioso grew from a soundscape experience on a humid September night in Tappan Square in Oberlin, Ohio, where a chorus of crickets and the constant electronic beep of pedestrian crossing signals formed a texture of cyclically interlocking pitch and throbbing granular noise. My field recording of this unlikely duet between the purity of an artificial pulsing tone and the spatially rich stridulation of insects underpins the structure of the piece. A flock of jackdaws circling in flight near my home just after dawn provides another window on the world of natural sound, supporting the work’s emphatic rhythmic shapes. While the form might be loosely thought of as reflecting the traditional recitative-like ‘arioso’, the title (arioso = ‘airy’) is also intended to be more deeply indicative of the atmosphere of sensual mystery I found with the air set in vibrant motion that night in Oberlin. Arioso was realized in 2021 in the Music, Technology and Innovation Research Laboratory at De Montfort University, Leicester, UK, in stereo format, and was premiered at St. Ruprechtskirche, Vienna, 13 June 2021, diffused by Thomas Gorbach. Arioso was awarded the audience prize ex aequo at the 15th Destellos International Competition of Electroacoustic Music, La Plata, Argentina, 2022.
A composição de Arioso nasceu de uma experiência sonora numa noite húmida de setembro no Tappan Square em Oberlin, Ohio, onde um coro de grilos e o ruído eletrónico constante de peões a atravessar formaram uma textura de alturas encadeadas ciclicamente e ruído granular pulsante. Minha gravação de campo deste dueto improvável entre a pureza de um tom artificial pulsante e a estridência espacialmente rica dos insetos sublinha a estrutura da peça. Um bando de gralhas revoando perto da minha casa logo após o amanhecer fornece outra janela para o mundo do som natural, reforçando as formas rítmicas da obra. Apesar da forma poder ser vista como refletindo o tradicional, quase recitativo ‘arioso’, o título (arioso = “aeroso”) pretende também ser mais indicativo da atmosfera de mistério sensorial que eu encontrei no ar vibrante daquela noite em Oberlin. Esta peça foi realizada em no Music, Technology and Innovation Research Laboratory na De Monfort University, em Leicester, Reino Unido, em formato estéreo e foi estreada em na St. Ruprechtskirche (igreja de São Ruperto) em Viena, a 13 de junho de 2021, com a difusão de Thomas Gorbach. Arioso foi premiada com o prêmio de audiência ex aequo na 15ª edição da Destellos International Competition of Electroacoustic Music, em La Plata, Argentina, 2022.
Nuno Coelho Castellanos, Suíte Italianada
Alexandre Jesus, clarinete
Margarida Vieira, violoncelo
Beatriz Pereira, piano
Isto não é uma nota de programa.
I. Saltarellino - II. Gondoletta - III. Tarantella
György Kurtág, Quasi una Fantasia (para grupos instrumentais) [ca. 10']
Com esta obra, dedicada a Zoltán Kocsis e Peter Eötvös, Kurtág parece estar a procurar novas direcções. Apesar de durar apenas cerca de nove minutos, os seus quatro andamentos são relativamente mais cheios do que nas composições anteriores, especialmente pela ausência de quaisquer princípios extramusicais. Acima de tudo, porém, testemunha um interesse sem precedentes pelas possibilidades da orquestra. Kurtág utiliza combinações instrumentais incomuns, num alinhamento até então desconhecido na sua produção: as cinco harmónicas criam um timbre verdadeiramente inédito; a percussão é abundante e desempenha um papel principal, particularmente com os tímpanos.
Foi também a primeira vez que Kurtág se preocupou com a espacialização do conjunto na sala de concerto. Os instrumentos são divididos em vários grupos e, se a sala o permitir, em diferentes níveis. Esta distribuição é particularmente necessária no segundo andamento, onde ajuda a clarificar a estrutura contrapontística por estratos.
O primeiro andamento, quase impercetível, envolve o piano com o ruído das percussões, que se ecoam umas às outras. E a obra abre com uma escala distante e calma de Dó maior, irreal na sua simplicidade soberba. O segundo andamento mantém a mesma dinâmica, desta vez como que num sonho inquieto. Ao lado do piano, os tímpanos recebem uma parte de raro virtuosismo. O recitativo que se segue irrompe com uma intensidade ainda maior.
A ária final contém uma citação do poema de Holderlin - Andeken. Este andamento é, de facto, uma reescrita de uma peça anterior, o quinto dos Microludes para quarteto de cordas de 1978. Cada frase do original é repetida ou ligeiramente amplificada, com ligeiras mudanças rítmicas entre as diferentes superfícies sonoras. O mesmo material sonoro é assim reutilizado, assumindo dimensões inesperadas e revelando, em retrospetiva, o espaço exíguo a que foi confinado no seu primeiro tratamento. Nos compassos finais, e de forma reminiscente de Bartók, os tímpanos retomam os últimos fragmentos de melodia, perdendo-se como que num eco de uma atmosfera rarefeita.
3ª Feira, 28 de Maio
NoiseFloor | 10h - 18h
10h, Sala 0.100 (Cesem-IPL) | Paper Session B1
Manoli Moriaty: Scratching, past and future: cataloguing the scholarship on turntablism and controllerism, and an introduction to their emerging affiliated practices and communities
Chris Payne, Mat Dalgleish, Chris Headleand: Tyg: A Single-Screen Environment for “Couch Co-Op” Multiplayer Music-Making
Moderador/Chair: Marc Estibeiro
11h30, Sala 0.62 | Acousmatic Concert 1
Alessio Rossato, Temple of no religion [ca. 11']
Berk Yagli, Grains of Temporality [ca. 10']
Laurie Radford, Au-delà du souffle [ca. 10']
Paul Oehlers, Flux Hammer [ca. 9']
Haozhe Tam, Purity·Rebirth [ca. 11']
12h45, Sala 2.21 | Paper Session B2
Rob Mackay: Following the Flight of the Monarchs
Dimitris Savva: Watering: A Sonic Exploration of Underwater Sound Pollution and Its Ecological Impact
Luís Neto da Costa: Mi fermo: Exploring No-Input Mixing in Written Music
Moderador/Chair: Adam Stanovic
14h30, Pequeno Auditório | Performances 1
Phil Maguire, Untitled #1 (Morning) [ca. 15']
Annie Aries, It's Not Quiet In The Void [ca. 15']
Zouning Liao, hypothetical particles [ca. 6']
Nicolás Espinoza, Stung [ca. 15']
15h30, Sala 0.62 | Acousmatic Concert 2
Panos Amelidis, The Voice of the Loom [ca. 10']
Dimitris Savva, Tranglitchuilizer_sabe_28523 [ca. 9']
John Young, Le Chant en dehors [ca. 10']
Steve Ashby, A not so distant past 1 [ca. 10']
16h30, Pequeno Auditório | Keynote, Ludger Brummer
ZKM | Centre for Art and Media Karlsruhe & State University of Music Trossingen
Ludger Brümmer is currently Professor for Composition with Digital Media and directs the music programme of the HertzLab at the ZKM Karlsruhe. He studied composition (artistic maturity) at the Folkwang Hochschule Essen and was Visiting Scholar at the Centre for Research in Music and Acoustics (CCRMA) at Stanford University, USA from 1991-1993. In 2000 he has been a Research Fellow at Kingston University London, and in 2002 Professor of Composition at the Sonic Arts Research Centre, Belfast (SARC). Since 2003 he became Director of the Institute for Music and Acoustics, now the HertzLab, at the ZKM | Centre for Art and Media and Visiting Professor at the University of Arts and Design Karlsruhe. In 2009 he was appointed to the Academy of the Arts in Berlin and in 2017 he became a professor at the State University for Music Trossingen.
Prizes and awards as a composer include the "Busoni-Preis" of the Akademie der Künste Berlin, the "Golden Nica" of the Prix Ars Electronica, the "Pierre d'Or" in 1997 and 2001 at the "Concours International de Musique Elecroacoustique" Bourges, the Larry Austin Prize of the ICMA San Francisco and Honorary Mentions at the "Russolo Competition" and the "Musica Sacrae" Fribourg. He was awarded the Honorary Prize of the German Music Critics in 2024.
He has created works for fixed media, multimedia, interdisciplinary projects, as well as works for dance, live electronics and live video. The opera project Amazonas was performed at the Munich Biennale and in Sao Paulo in 2010. Collaborations with the light artist rosalie include Lichtblick Bad Rodenfelden, with Susanne Linke for the Ruhrort dance project and with Bernd Lintermann for the Spin project. His recent double CD set "Sonic Pattern" and "Spheres of Resonance" was included in the German Music Critics' List of the Best Releases of 2023.
Ludger Brümmer é atualmente Professor de Composição com Digital Media e dirige o programa de música do HertzLab na ZKM Karlsruhe. Estudou composição na Folkwang Hochschule Essen e foi professor convidado no Centro de Investigação em Música e Acústica (CCRMA) na Universidade de Stanford, EUA, de 1991 a 1993. Em 2000, foi Research Fellow na Kingston University London e, em 2002, Professor de Composição no Sonic Arts Research Centre, Belfast (SARC). Desde 2003, tornou-se Diretor do Instituto de Música e Acústica, agora HertzLab, no ZKM | Centro de Arte e Media e Professor Visitante na Universidade de Artes e Design de Karlsruhe. Em 2009, foi nomeado para a Academia das Artes de Berlim e, em 2017, tornou-se professor na Universidade Estatal de Música de Trossingen.
Os prémios e distinções como compositor incluem o “Busoni-Preis” da Akademie der Künste Berlin, o “Golden Nica” do Prix Ars Electronica, o “Pierre d'Or” em 1997 e 2001 no “Concours International de Musique Elecroacoustique” Bourges, o Prémio Larry Austin do ICMA San Francisco e Menções Honorárias no “Russolo Competition” e na “Musica Sacrae” Fribourg. Foi-lhe atribuído o Prémio Honorário da Crítica Musical Alemã em 2024.
Criou obras para suportes fixos, multimédia, projectos interdisciplinares, bem como obras para dança, eletrónica ao vivo e vídeo ao vivo. O projeto de ópera "Amazonas" foi apresentado na Bienal de Munique e em São Paulo em 2010. As colaborações com a artista de luz rosalie incluem Lichtblick Bad Rodenfelden, com Susanne Linke para o projeto de dança Ruhrort e com Bernd Lintermann para o projeto Spin. O seu recente conjunto de CD duplo “Sonic Pattern” e “Spheres of Resonance” foi incluído na lista dos melhores lançamentos de 2023 da crítica musical alemã.
18h, Pequeno Auditório | Performances 2
Lauren Redhead, Jenn Kirby, Alistair Zaldua: what are notes anyway? [ca. 30']
Rob Mackay; Paty Lorena Solórzano; Rolando Rodriguez; Jessica Rodriguez; David Blink, Networking the Flight of the Monarchs [ca.15' cada - 45' total]
Concerto Final | 20h, Grande Auditório
Luisa Carvalho, Absens, Abséntis (violino e electrónica) [ca. 6']
Sofia Faria, violino
Absens, abséntis, um diálogo entre violino e eletrónica fixa.
António Narciso, Scherzo Perdido e Achado [ca. 8']
António Narciso, piano
Scherzo Perdido e Achado, obra escrita para piano solo e eletrónica, parte, como o nome indica, de uma ideia de desconstrução da forma do scherzo (“brincadeira” em italiano). Nesse sentido, o piano é explorado através de diversos ambientes, numa tentativa de perder a noção, estrutura e carácter do scherzo e voltar a achar todos esses pontos característicos no final da obra. Procura-se, assim, “brincar com a brincadeira”.
São incorporados muitos elementos de natureza improvisatória, com influências do jazz, que coexistem com sonoridades mais dissonantes ou cruas ao ouvido. A eletrónica presente na obra funciona como uma extensão do piano e não propriamente como um instrumento novo, manipulando sons preparados e gravados previamente no instrumento.
Jorge García del Valle Méndez (Noise Floor), Dead Bichitos (acusmática) [ca. 10']
Humanity is slowly submerging itself in the stinking broth of its own idleness. Unable to see beyond its flat horizon, it continues to believe itself to be the center of creation. However, we are nothing more than Dead Bichitos.
Our future, which we once dreamed golden, slowly disappears, obscured by the fog of our evident languor. Dead Bichitos.
The mechanization of habit is more comfortable than opposing the current that flows towards a gray future in which we will disappear like … Dead Bichitos.
Dead Bichitos represents the indolence of our ideas that are left to flow mechanically towards a repulsive future.
The work is composed, with the exception of two single samples, using synthetic material. In the processing of this material, granular synthesis plays a major role, as well as spatialization, which is not only limited to spatial movement, but also to the creation of distinct sound spaces. These spaces compose a melody of rooms.
A humanidade aos poucos submerge-se no lodo fétido da sua própria indolência. Incapaz de ver além do seu horizonte chato, ela continua a acreditar ser o centro da criação. Porém, não somos nada mais que Dead Bichitos.
Nosso futuro, que sonhámos áureo, aos poucos se esvai, ofuscado pela névoa do nosso evidente langor. Dead Bichitos.
A mecanização do hábito é mais confortável do que opor a corrente que flui em direção a um futuro cinzento em que nós vamos disaparecer como ... Dead Bichitos.
A obra é composta, com a exceção de duas únicas samples, com material sintético. No processamento deste material, a síntese granular tem um papel central, assim como a espacialização, que não é limitada ao movimento espacial, mas também cria espaços sonoros distintos. Esses espaços compõem uma melodia de salas.
Barbara Fernandes João, Falsos Liados [ca. 6']
Carolina Maria Garanito de Alegria Faria, flauta
Marta Beatriz Morais Mota, viola
Ana Carolina Peixoto de Moura, piano
Trio para Flauta, Viola e Piano. Uma peça com três andamentos: I Andamento - Agressivo com Pressa II Andamento - Duo Maléfico III Andamento - Valsa Incolor Não era para acontecer, nunca foi...
Francesco Gulic, Cantando come donna innamorata: IV. Beatrice (acusmática) [ca. 6']
Audiovisual composition (fixed media)
Adam Stanovic (Noise Floor), To US.S..S... [ca. 10']
Over the past ten years, I have been constantly influenced and inspired by the works of my various students and colleagues in the University of Sheffield Sound Studios (USSS) (UK)… to the point that my musical ideas and interests have been profoundly shaped by the people that I have had the pleasure of working with. In early 2022, I left Sheffield’s music department, and this piece was my parting ‘gift’: an homage to my amazing colleagues, students, and friends that have been — and continue to be — such an inspiration. It contains references to around 30 of my students and their unique interests, but starts with a lengthy pastiche of Adrian Moore’s Counterattack.
To US.S..S… is, in a sense, my view on where acousmatic music is going; a blending, fusing, integration of ideas old and new, clichéd and novel, emerging and disappearing… In my postmodern ‘toast’ to the University of Sheffield Sound Studios (USSS), therefore, please raise your glasses ‘To Us…’ or rather, ‘To USSS…’ or rather, ‘To US.S..S…’.
To US.S..S… was the winner in the Sound Spaces 2022 competition (Malmö, Sweden, 2022), and received an Honourable Mention in the 14th Destellos Electroacoustic Composition Competition (Mar del Plata, Argentina, 2022).
Nos últimos anos, eu fui constantemente influenciado e inspirado pelas obras dos meus muitos alunos e colegas na University of Sheffield Sound Studios (USSS) (Reino Unido)... ao ponto que as minhas ideias e interesses musicais foram moldados profundamente pelas pessoas com as quais eu tive o prazer de colaborar. No início de 2022, eu deixei esse departamento de música, e esta peça foi o meu “presente” de despedida: uma homenagem aos meus incríveis colegas, alunos e amigos que têm sido – e continuam a ser – tamanha inspiração. Ela faz referências a cerca de 30 dos meus alunos e seus interesses individuais, mas começa com um longo pastiche de Counterattack, de Adrian Moore.
To US.S..S... é, de certo modo, a minha visão de onde a música acúsmatica está indo: uma mistura, fusão, integração de ideias novas e antigas, inéditas e clichês, emergentes e em extinção... Portanto, no meu “brinde” pós-moderno à University of Sheffield Sound Studios (USSS), por favor saúdem, “To us”, ou melhor, “To USSS”... ou melhor, “to US.S..S...”.
To US.S..S... foi a vencedora da competição Sound Spaces 2022 (Malmö, Suécia, 2022) e recebeu menção honrosa na 14ª edição da Destellos Electroacoustic Composition Competition (Mar del Plata, Argentina, 2022)
Ivy Rose, Starlings [ca. 15']
Scherza Saxophone Quartet
Patrícia Barata Vicente Fernandes Lopes, saxofone soprano
Bárbara Cristina Godinho Lopes, saxofone alto
Carolina Tarouca Martins, saxofone tenor
Daniela Afonso Calisto, saxofone barítono
The setting sun beckons these birds to join in flight. To sing, to soar, to dance in an ever-evolving union, shape-shifting to the currents of entropy. Their mesmerizing murmurations inspire and delight, a radiant spectacle that perches on the soul of all that are near.
O sol poente convida estes pássaros a juntarem-se em voo. Para cantar, para planar, para dançar numa união em constante evolução, mudando de formato em reação às correntes da entropia. As suas murmurações mesmerizantes inspiram e encantam, um espetáculo radiante que pousa na alma de todos que estão por perto.
4ª Feira, 29 de Maio
NoiseFloor | 10h - 18h
10h, Sala 0.100 (Cesem-IPL) | Paper Session C1
Erik Nyström: Unformation and information: more or less (than) human?
Dr Tenley Martin/Prof Nikos Stavropoulos: Bhang: The Bradford Dhol Project
Moderador / Chair: John Young
11h30, Sala 0.62 | Acousmatic Concert 3
Adam Stanovic, Unto the Sea [ca. 9']
Enrico Dorigatti, Quantum [ca. 8']
Tom Williams, Piano Trace [ca. 9']
Shawn Pinchbeck, Where the Bees Buzz [ca. 11']
Giuseppe E. Rapisarda, Fuori è dentro [ca. 11']
Cristiana Palandri, Gemelli siamesi [ca. 9']
Jung Hyun Lee, Openings [ca. 5']
13h, Sala 2.21 | Paper Session C2
John Young: The Long and Short of Acousmatic Forms
Adrian Moore: The Electroacoustic Craftsperson
Adam Stanovic: Cheers To US.S..S... : quotation, allusion, and pastiche in electroacoustic music
Moderador / Chair: Tenley Martin
15h, Sala 0.62 | Acousmatic Concert 4
Erik Nyström, Unformation [ca. 11']
Nicola Fumo Frattegiani, Der hohle Zahn [ca. 5']
Cameron Naylor, Here One Moment [ca. 10']
Taufan ter Weel, Probability Density [ca. 6']
David Watt, A Scottish Minstrel's Songs of the Sea [ca. 15']
17h, Pequeno Auditório | Performances 3
Andrea Laudante / Giuseppe Pisano / Paolo Montella, On the prowl [ca. 15']
Lauren Sarah Hayes, Suspended in Gabba [ca. 15’]
Mikel Kuehn, Thirteen Ways of Looking at a Blackbird [ca. 15']
Concerto Final | 20h, Grande Auditório
Alberto Piazza, Ninna nanna per violino [ca. 2']
André Teixeira, violino solo
Ninna nanna means lullaby in Italian. This short piece is intimate and delicate, but the lullaby also represents the transition from a conscious to an unconscious phase, and as such it also has a sense of mystery.
Ninna nanna significa canção de embalar em italiano. Esta pequena peça é íntima e delicada, mas a canção de embalar representa também a transição de uma fase consciente para uma fase inconsciente e, como tal, tem também um sentido de mistério.
Nikos Stavropoulos (Noise Floor), Khemenu (acusmática) [ca. 9']
The name of the work, Khemenu, is derived from Egyptian mythology and refers to The Ogdoad, a group of eight primordial deities worshipped in ancient Egypt. The group consisted of four male and female couples who are symbolising the balance between the primary elements of the cosmos. The notion of the Ogdoad (group of eight) is also found in early gnostic belief systems and ancient astronomy and cosmology (eight celestial bodies), as well as Chinese mythology (eight immortals). Eight is also the number of channels in a 2nd order Ambisonic recording (A Format), the technique used to capture the raw materials for the work.
Khemenu is part of a series of works which explore the notion of aural microspace - an area of acoustic space, which cannot be inhabited due to physical constraints, and whose aural architecture is only accessible when mediated by recording technology. In this case, sound materials for the work were recorded exclusively with a 2nd order ambisonic microphone in an effort to capture and work with three-dimensional spatial detail at source. These recordings were processed using tools which catered for multichannel sources in order to embed the characteristics of the sources’s aural architecture in the development of new materials. This is not to say that the acoustic space captured in the recordings is retained in the processed sounds materials, but rather that it permeates, it informs the aural architecture of the resulting materials once the original has gone through processing.
O nome desta obra, Khemenu, deriva da mitologia egípcia e refere-se aos Ogdoad, um grupo de oito deuses primordiais cultuados no Egito Antigo. Era constituído por quatro casais masculinos e femininos, simbolizando o equilíbrio entre os elementos primários do cosmo. O conceito de um Ogdoad (grupo dos oito) também aparece no início do gnosticismo e na astronomia e cosmologia da Antiguidade (oito corpos celestes), assim como na mitologia chinesa (oito imortais). Oito também é o número de canais de uma gravação Ambissônica de segunda ordem (A Format), a técnica utilizada para capturar a matéria-prima da obra.
Khemenu faz parte de uma série de peças que exploram o conceito de microspaço auditivo – uma área do espaço acústico que não pode ser ocupada, por restrições físicas, e cuja arquitetura sonora é acessível somente quando mediada pela tecnologia de gravação. Neste caso, os materiais sonoros foram gravados exclusivamente com um microfone ambissônico de segunda ordem com o cuidado de capturar e trabalhar com o detalhe tri-dimensional na sua origem. Essas gravações foram processadas utilizando ferramentas que correspondiam a fontes multi-canal com o intuito de incutir as características da arquitetura auditiva original no desenvolvimento de novos materiais. Isto não quer dizer que o espaço acústico registado nas gravações é mantido nos sons processados, mas que ele permeia, que ele informa a arquitetura auditiva dos materiais resultantes assim que o original é processado.
Tiago Jesus, Piano Study 3 - Toccata [ca. 10']
Alex Waite, Piano
Os Piano Studies 1-3 inserem-se num ciclo de estudos que visam explorar as diversas possibilidades da escrita para o piano contemporâneo.
O Piano Study 3 – Toccata, explora o virtuosismo, a agitação e exaltação da técnica para o piano, ao mesmo tempo que combina elementos performativos e visuais na sua secção central. Esta secção, pelo seu carácter silencioso e teatral, complementa a experiência da obra e criando um grande contraste com o resto da peça.
Este ciclo representa uma homenagem ao estudo contemporâneo para piano, bem como a alguns compositores dos quais admiro e respeito a sua escrita para piano. Estas peças surgem como estudos duplamente no sentido em que representam desafios técnicos de execução e apresentam propostas (estudos) para encontrar e definir uma escrita minha para o piano contemporâneo.
Adrian Moore (Noise Floor), Voices in the Dark (acusmática) [ca. 6']
A work bringing together dark and often violent vocal sounds that are trying to become. Sometimes we mix sounds as though we are giving agency to something and it is trying to speak to us. Voices in the dark - darkness in the voice. Voices in the dark was premiered on 9th October 2023 at the third Festival Contemporáneo 2023 del Festival Internacional de Música de Canarias.
Uma obra que reúne sons vocais sombrios e por vezes violentos que tentam tornar-se. Às vezes misturamos os sons como se estivéssemos a dar vazão a algo que estivesse tentando falar connosco. Vozes no escuro – escuridão na voz. Voices in the dark foi estreada em 9 de outubro de 2023 no terceiro Festival Contemporáneo 2023 del Festival Internacional de Música de Canarias.
Augusta Read-Thomas, Avian Escapades [ca. 13']
Lizart Quintet
Juliana Sousa, flauta
Sofia Rosa, oboé
Tomás Mendes, clarinete
Rodrigo Vasques, fagote
Henrique Cimbron, trompa
Pedro Faria Gomes, 2 canções de The Ways of Times: Nell Barnes e The Ways of Time
Gonçalo Martins, barítono
Francisco Sassetti, piano
Dimitris Savva (Noise Floor), Watering (acusmática) [ca. 17']
"Watering" is a live-electronics sound performance that explores underwater sound pollution and its impact on the inhabitants of aquatic environments. Emerging from continuous artistic research into water sounds, the performance utilizes live manipulation and processing as integral elements. The sonic landscape unfolds through gestures in a water tank, complemented by tones generated by blowing air through a straw submerged in the tank. Hydrophone captures nuances, and live processing follows, facilitated by music software and MIDI controllers.
Guided by structured improvisations, 'Watering' intuitively explores dimensions: (1) unraveling the sonority, musicality, and performativity of water and air sounds, (2) empathizing with the voices of marine life, (3) immersing in the soundscape, (4) exploring transformative potential through real-time sound manipulation, and (5) allowing untamed soundscapes to be heard without the artist's intervention. These explorations unfold organically, often intertwining to create novel possibilities.
Engaging with 'Watering' invites audiences into an immersive experience inspiring empathy for threatened species. It underscores the vital role of empathy and sustainability in preserving the delicate balance of water and its natural ecosystems. This sonic journey prompts reflection on our relationship with the aquatic world, fostering a deeper connection with the unseen voices that echo beneath the waves.
“Watering” é uma performance sonora de eletrónica em tempo real que explora a poluição sonora submarina e o seu impacto nos habitantes dos meios aquáticos. Nascida da pesquisa artística contínua dos sons da água, a performance tem a manipulação ao vivo e processamento como elementos centrais. A paisagem sonora desdobra-se por gestos num tanque de água, complementada por tons gerados ao soprar por uma palhinha submersa no tanque. O Hydrofone captura as nuances, e o processamento em tempo real começa, facilitado por software e controladores MIDI. Guiado por improvisações estruturadas, “Watering” explora intuitivamente várias dimensões: (1) ao desdobrar a sonoridade, a musicalidade e performatividade dos sons da água e do ar; (2) ao mostrar empatia com as vozes da vida marinha; (3) ao imergir na paisagem sonora; (4) ao explorar o potencial transformador por meio da manipulação do som em tempo real e (5) ao permitir que paisagens sonoras selvagens sejam ouvidas sem a intervenção do artista. Essas explorações desdobram-se organicamente, muitas vezes entrelaçando-se a fim de criar possibilidades inéditas.
Interagir com “Watering” convida o pública a uma experiência imersiva que inspira empatia pelas espécies ameaçadas. Sublinha o papel vital da empatia e sustentabilidade em preservar o equilíbrio delicado da água e seus ecossistemas naturais. Esta jornada sonora incita a refletir sobre a nossa relação com o mundo aquático, fomentando uma conexão mais forte com as vozes invisíveis que ecoam sob as ondas.
5ª Feira, 30 de Maio
10h, Pequeno Auditório (Cesem-IPL) | Conferência
Slavomir Horinka, HAMU11h, Pequeno Auditório | Conferência / Workshop / Pequeno Concerto
Quarteto Vintage, “New Vintage” Iva Barbosa, clarinete soprano
João Moreira, clarinete soprano
José Eduardo Gomes, cor de basset
Ricardo Alves, clarinete baixo
Instalação Sonora de Ricardo Almeida, Poltergeist | 15h - 19h, Sala 0.62
Poltergeist [noun]
“a noisy usually mischievous ghost held to be responsible for unexplained noises.” Originated by the coupling of the german words polter (to make noise) and geist (spirit). “Poltergeist” is a 16-channel acousmatic interactive piece that contemplates the societal abyss forged by the ascension and dominance of texting culture, refleting on the depersonalization that pervades our exchanges: a message written by one individual is scarcely distinguishable from that of another, whether human or artificial. Everyday interactions thus become indistinguishable from encounters with abstract entities, similar to poltergeists. This piece represents a continual interaction between the composer, the participant, and an entity driven by artificial intelligence, all engaging through both text and sound. In this arrangement, the smartphone serves as a medium, working alongside the loudspeakers to facilitate the exchange of communication that threads throughout the installation.
Poltergeist [substantivo]
“um fastasma barulhento e geralmente pernicioso, responsável por ruídos inexplicáveis”. Originado pela junção das palavras alemãs polter (fazer barulho) and geist (espírito)."Poltergeist" é uma peça acusmática que contempla o abismo sociológico fabricado pela ascensão e domínio da cultura de instant messaging, refletindo a despersonalização presente na comunicação contemporânea: uma mensagem enviada por um indivíduo é escassamente distinguível da de outro, seja este humano ou artificial. As interações quotidianas tornam-se assim indistinguíveis de encontros com entidades abstratas, semelhantes a poltergeists.
Esta peça representa uma interação contínua entre o compositor, o participante e uma entidade movida por inteligência artificial, todos a comunicar através de texto e som. Neste arranjo, o smartphone atua como um meio, trabalhando em conjunto com os altifalantes para facilitar a comunicação que percorre durante a instalação.Mais informações, notas de programa, Marcações em
https://ricardoalmeida.art/
Concerto Final | 20h, Grande AuditórioAlex Waite, pianoLuís Neto da Costa: RustFrancesco Gulic: StormiPablo Andoni Gómez Olabarría: Manere*curta pausa
Diogo Batista: FicalhoAntonio La Spina: Ponti al Teléfono per l'Inziato IIFrancisco Joaquim: Sweatshop Assembly LineAlberto Piazza: Marmota Marmota
6a Feira, 31 de Maio
10h, Pequeno Auditório
Joana Sá: "a body as listening" - caminhos para outros paradigmas de compositor/a-performer
A dicotomia composição/performance é uma criação do séc. XX que surge, entre várias outras razões, como uma "distância de segurança" entre os dois métiers, que procurava acabar com aquilo que era visto como sendo uma subjectividade frívola do paradigma de compositor-intérprete do Romantismo: o paradigma compositor-intérprete passou a ser visto como estando condenado a sucumbir a essa subjectividade. Para criar imunidade a este ideal de subjetividade musical, criou-se então, além da separação destes papéis, um novo ideal: o da objetividade.A partir do meu trabalho enquanto artista-compositora-pianista, que faz a desconstrução das dicotomias performance/composição, eu/outro, controlo/fora de controlo, subjectivo/objectivo, sujeito de escuta/objeto de escuta, etc. falaremos de caminhos para outras concepções de performer-compositor, que partindo do(s) corpo(s), da escuta ligada a ideias de alteridade, e da relação com a (i)materialidade, se abre a outras formas de criação musical. Falaremos sobretudo a partir do meu mais recente trabalho "a body as listening - resonant cartography of music (im)materialities" que tem múltiplos outputs autónomos, mas complementares entre si - a performance estreada este ano na Culturgest, o disco editado pela Clean Feed, o livro editado pela Sistema Solar/ Teatro Praga, uma instalação virtual, etc. Será um enorme prazer partilhar estas ideias e discuti-las convosco!
11h, Pequeno Auditório
Pedro Faria Gomes (Cardiff University): Composição em Diálogo: Citação e Paráfrase em Suite J e Sonatina
O conceito de uma “Grande Conversa” entre escritores, pensadores e artistas de diferentes épocas tem uma origem muito antiga, mas foi assim designado pela primeira vez por Robert M. Hutchins e Mortimer Adler na década de 1950. Adler escreveu: “O que une os autores numa comunidade intelectual é a grande conversa na qual participam. Nas obras que surgem mais tarde na sequência dos anos, encontramos autores a ouvir o que os seus antecessores tinham a dizer sobre esta ou aquela ideia, este ou aquele tópico. Eles não apenas atentam ao pensamento dos seus antecessores, como também respondem a ele através do comentário de variadas formas.”
É neste enquadramento que a minha apresentação destacará elementos de citação e paráfrase no meu trabalho de composição, com particular destaque para Suite J e Sonatina — duas peças para piano solo que se baseiam em materiais musicais pré-existentes. A interpretação de Kenneth Hamilton destas duas obras está disponível num disco da editora Prima Facie lançado em Janeiro de 2024.
12h, Pequeno Auditório
Miguel Pires de Matos e Carlos Caires: Sobre o Filme “Eduardo, Walter e Leonidov”
Eduardo, Walter e Leonidov são três porquinhos provenientes do sul, norte e leste da Europa. Na sequência da morte da sua mãe, empreendem uma viagem por 3 universos arquitetónicos diferentes, experimentando 3 formas distintas de habitar e de relacionamento com a natureza. Nestes mundos, tradicional, modernista e contemporâneo, cruzam-se com vários lobos e aves migratórias que despertarão receios e colocarão à prova a sua generosidade.Nesta conferência falaremos do filme de animação “Eduardo, Walter e Leonidov”, seguido do visionamento do mesmo.
Instalação Sonora de Ricardo Almeida, Poltergeist | 15h - 19h, Sala 0.62
Poltergeist [noun]
“a noisy usually mischievous ghost held to be responsible for unexplained noises.” Originated by the coupling of the german words polter (to make noise) and geist (spirit). “Poltergeist” is a 16-channel acousmatic interactive piece that contemplates the societal abyss forged by the ascension and dominance of texting culture, refleting on the depersonalization that pervades our exchanges: a message written by one individual is scarcely distinguishable from that of another, whether human or artificial. Everyday interactions thus become indistinguishable from encounters with abstract entities, similar to poltergeists. This piece represents a continual interaction between the composer, the participant, and an entity driven by artificial intelligence, all engaging through both text and sound. In this arrangement, the smartphone serves as a medium, working alongside the loudspeakers to facilitate the exchange of communication that threads throughout the installation.
Poltergeist [substantivo]
“um fastasma barulhento e geralmente pernicioso, responsável por ruídos inexplicáveis”. Originado pela junção das palavras alemãs polter (fazer barulho) and geist (espírito)."Poltergeist" é uma peça acusmática que contempla o abismo sociológico fabricado pela ascensão e domínio da cultura de instant messaging, refletindo a despersonalização presente na comunicação contemporânea: uma mensagem enviada por um indivíduo é escassamente distinguível da de outro, seja este humano ou artificial. As interações quotidianas tornam-se assim indistinguíveis de encontros com entidades abstratas, semelhantes a poltergeists.
Esta peça representa uma interação contínua entre o compositor, o participante e uma entidade movida por inteligência artificial, todos a comunicar através de texto e som. Neste arranjo, o smartphone atua como um meio, trabalhando em conjunto com os altifalantes para facilitar a comunicação que percorre durante a instalação.Mais informações, notas de programa, Marcações em
https://ricardoalmeida.art/
Concerto Final | 21h, Grande Auditório
Kurt Weill, 4 canções [ca. 15']
Cláudia Anjos, voz
Alunos ESTC
ClusterLab M Ely Janoville, Léguas [ca. 5']
Guitarra e Síntese ModularNoëmi Hafnner, Images [ca. 8']
ClusterLab M Iris Bramberger, I’m (para soprano e electrónica fixa) [ca. 5']
Cláudia Anjos, soprano
"I Am! is a song inspired by the last stanza (with exclusion of one verse) of the poem of the same name by John Clare.
“I Am! é uma canção inspirada na última estrofe (com exclusão de um verso) do poema homónimo de John Clare.
"I long for scenes where man hath never trod
A place where woman never smiled or wept
[...]
And sleep as I in childhood sweetly slept,
Untroubling and untroubled where I lie
The grass below -- above the vaulted sky
Carolina Puntel, 2 momentos [ca. 10'] (para voz e looper)
Carolina Puntel, voz
Carlos Marecos, branco, branco, branco [ca. 25']
Cláudia Anjos, voz
Carolina Puntel, voz
Laura Alves, voz
ClusterLab e convidados
Sábado, 1 de junhoConcerto Final | 16h, Grande Auditório
Eurico Carrapatoso, Quatro Últimas Estações [ca. 15']
Kateryna Vovk, piano
Em 16 de Junho de 2013 fui contactado pelo Filipe Pinto-Ribeiro no sentido de escrever uma obra programática para piano em torno do ciclo das estações do ano, no doce embalo do mais antigo carrossel do tempo que é o carrossel dos equinócios e dos solstícios. No dia 16 de Junho de 2014 enviei ao Filipe a partitura. Um ano depois, muito precisamente. Por isso chamei à obra em que cismei ao longo daquele ano as "Quatro últimas estações". O título pisca o olho ao sublime canto de cisne de Richard Strauss, bem sei. Não foi por acaso, não se tratasse "Vier Letzte Lieder" de uma obra farol que abriu um janelão de luz perene sobre a minha vida desde a primeira vez que a ouvi. Também ali se canta e decanta o tempo e as suas pulsões, desde as horas matutinas da "Frühling" (Primavera, lá está) às horas flébeis e outonais por magoados fins de dia de "Im Abendrot". Lisboa é o cenário incontornável desta peça. Lisboa de luz boa, debruada em Mar da Palha, cachoeira de colinas, de bairros castiços, de coretos em sib e de tascas em modo menor, que se estende a meus pés e que eu quis tanto assobiar da janela do meu quarto. Sim: passaram-se quatro estações entre o convite e a barra dupla. Entretanto fui ao Santo António a Alfama, vi as folhas caírem no arvoredo do Vale do Silêncio, mirei o clarão do luar de Janeiro sobre o Tejo que a janela do meu quarto me oferece, enfim, pedi às Tágides que me cantassem o seu fado.
Barbara João, Mãos de Glória [ca. 2']
Glória Ramos, piano
Peça dedicada a Glória Ramos, aluna do Conservatório de Lisboa, classe da Prof. Margarida Andrade. Peça didática para crianças: uma peça divertida de aprender. Um desafio proposto por Cláudia Anjos.
Chrystian Faróia, Petit Amant [ca. 10']
Beatriz Pereira, piano
Viktor Juno Lopes, saxofone tenor
Um pequeno concerto para Piano e Saxofone Tenor com três andamentos. Uma carta de amor para Viktor Juno Lopes. Uma viagem de paixão e de sentimentos fortes para um instrumentista virtuoso.
Chrystian Faróia, Dimensional [ca. 10']
Rita Sofia Nunes Fernandes, saxofone
Uma peça que representa as diferenças entre dois mundos da música. De um lado, representado pelo Saxofone Alto, o mundo da Música Erudita, e do outro lado, representado pelo Saxofone Tenor, o mundo da Música Jazz. A peça divide-se em 4 andamentos onde cada um tem o seu proposito: - 1º Andamento - A junção dos dois mundos, a criação de um ambiente sonoro onde ambos os lados estão em harmonia. - 2º Andamento - Uma secção mais "Clássica/Romântica" do mundo da Música Erudita, onde maioritariamente se dá importância ao Saxofone Alto. - 3º Andamento - Uma secção "Contemporânea" do mundo da Música Erudita, onde é foi mais trabalhado as técnicas estendidas para os Instrumentos e um sentimento mais inconstante. - 4o Andamento - A ultima secção da peça, a representação inata do mundo da Música Jazz, com uma secção de improvisação da parte do Saxofone Tenor.